Pensando no bem-estar e na segurança da gestante e seu bebê, o Hospital Sapiranga disponibiliza um serviço especializado para os casos de alto risco.
A gestação é um fenômeno fisiológico, muito esperado e planejado por muitas famílias e geralmente evolui sem intercorrências, necessitando somente de assistência básica. Entretanto, há uma parcela de mulheres (20%) que apresentam maior probabilidade de evolução desfavorável da gestação, comprometendo o bem-estar fetal e materno. Essa parcela constitui o grupo chamado de “gestantes de alto risco”.
Entre os fatores de risco gestacional, destaca-se antecedente de prematuridade, óbito ou malformações fetais, aborto espontâneo recorrente, crescimento fetal restrito ou excessivo, alterações do líquido amniótico, extremos de idade (adolescentes e mulheres acima de 35 anos), gravidez múltipla, aloimunização, hemorragia durante qualquer período da gestação, duas ou mais cesarianas prévias, doenças maternas crônicas (diabetes, hipertensão arterial, obesidade, doenças da tireoide, transtornos mentais, por exemplo), infecções maternas (sífilis, HIV, toxoplasmose, hepatites virais, entre outras), tabagismo, etilismo e uso de drogas ilícitas.
Na presença de qualquer um desses fatores citados, a gestante será classificada como “gestante de risco” e deverá ser prontamente encaminhada para um serviço especial.
Por isso é muito importante que esta gestante realize seu pré-natal em um serviço especializado, preparado para dar o suporte necessário caso precise de atendimento diferenciado. O objetivo da assistência pré-natal de alto risco é modificar o curso da gestação que apresenta maior chance de intercorrências, reduzindo os riscos e consequências adversas tanto para a mãe quanto para o feto.
Um atendimento especializado, como o do Hospital Sapiranga, oferece maior infraestrutura, melhores tecnologias e equipes qualificadas para amparar a mãe e o seu filho desde o início da gestação até o parto, ou seja, disponibiliza um ambulatório com salas para consulta médica, centro obstétrico com atendimento de urgência e emergência 24h, serviço de UTI neonatal e exames de diagnósticos necessários à atenção pré-natal de alto risco, além de dispor de equipes multidisciplinares especializadas para este atendimento diferenciado.
A segurança e o bem-estar da gestante podem ser garantidos com um pré-natal adequado e qualificado, principalmente em uma gestação de alto risco. Por isso é muito importante realizar e monitorar através de exames o desenvolvimento da gestação. Na maioria dos casos, os exames para as gestantes de alto risco são basicamente os mesmos de uma gestação habitual, entretanto, nas gestações de alto risco os exames são realizados com maior frequência durante a gestação. Por exemplo, uma gestante com diabetes necessita realizar ecografia obstétrica a cada 4 semanas a partir da 28ª semana para avaliação do crescimento fetal. E em algumas situações, exames adicionais são necessários no transcorrer da gestação. Em casos de crescimento fetal restrito, a ecografia obstétrica com dopplerfluxometria avalia as condições do feto e da placenta.
Mesmo com o pré-natal adequado existe a possibilidade do parto prematuro, e de uma possível internação da gestante, na tentativa de manter o bebê pelo tempo necessário para um parto mais seguro, mas nem sempre isso é possível. Sabe-se que a incidência de partos pré-termos é maior nas gestações de alto risco. A prematuridade e suas complicações é uma das principais causas de morte neonatal. Portanto, o encaminhamento destas gestantes para serviços especializados em neonatologia reduz a morbidade e a mortalidade fetal.
Durante a gestação, mesmo tendo o acompanhamento do médico durante o pré-natal, por vezes a gestante precisará de um atendimento de urgência. As situações em que estas devem procurar o serviço de emergência obstétrica são as mesmas para as gestantes de alto risco e habituais: vômitos que não respondem aos medicamentos via oral, anemia grave, crise hipertensiva, convulsões, febre, crise aguda de asma, contrações uterinas regulares e dolorosas, sangramento vaginal, perda de líquido amniótico, redução da movimentação fetal, idade gestacional de 41 semanas ou mais. Atualmente as síndromes hipertensivas acometem até 25% das gestantes e estão entre as principais causas de morbidade e mortalidade materna e perinatal no mundo.
Há muitas dúvidas sobre qual o parto ideal para estas gestantes, contudo é importante salientar que gestação de alto risco não é sinônimo de cesariana. Em muitas situações o parto via vaginal é possível sim. A indicação da via de parto será realizada pelo obstetra assistente em conjunto com a paciente, e conforme condições da gestante e do bebê.
Por: Tatiana Ckless Moresco Brenner – CREMERS 35298
Médica Ginecologista e Obstetra do Hospital Sapiranga
Especialista em Ginecologia Infanto-Juvenil