Setor filantrópico, que vive a maior crise da história, faz movimento para sobrevivência com a Campanha “Chega de Silêncio”
O Hospital Sapiranga está engajado no Movimento Nacional, liderado pela Confederação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos (CMB), em conjunto com todas as Federações Representativas Estaduais, que tem como principal objetivo apresentar aos brasileiros o tamanho dos desafios na relação dos hospitais com o SUS.
Os impactos da falta de destinação de recursos financeiros no Hospital Sapiranga são significativos. Desde o início do Plano Real (1994), a tabela do SUS e seus incentivos, por exemplo, foi reajustada em média, 93,77 % sendo que o INPC do período foi de 637,07 %. Esse fenômeno provoca uma grande defasagem entre os gastos e os valores recebidos pelo programa. O déficit, nos serviços prestados ao SUS no Hospital Sapiranga, chega a aproximadamente R$ 8 milhões e meio.
Além disso, há uma grave preocupação com a tramitação do Projeto de Lei n° 2564, de 2020 que institui o piso salarial nacional dos profissionais de enfermagem. Se aprovada a medida vai significar um impacto financeiro de R$ 435 mil ao mês, ou seja, mais de R$ 5 milhões ao ano. A Direção da Instituição ressalta que o Hospital Sapiranga não é contra o projeto, muito pelo contrário, queremos sim valorizar cada vez mais todos os profissionais de saúde, mas precisamos de fontes de recursos que possibilitem à instituição suportar tamanho impacto financeiro, a fim de garantir a continuidade dos serviços e assistência a população.
No Brasil, os graves problemas financeiros culminaram, nos últimos seis anos, no fechamento de 315 hospitais filantrópicos. A situação, porém, se agravou, ainda mais, com a pandemia, que elevou a demanda e os custos, fazendo com que a dívida do setor já chegue a mais de R$ 20 bilhões. A CMB representa 1.824 hospitais filantrópicos, que dispõem de 169 mil leitos hospitalares, 26 mil leitos de UTI e atendem a mais de 50% da média complexidade do SUS e 70% da alta complexidade.
Diante do cenário financeiro alarmante, que se configura como a maior crise da história, a CMB mobilizou as federações de hospitais e instituições do todo Brasil para série de ações, uma delas será realizada no dia 19 de abril, quando haverá uma paralisação simbólica de procedimentos eletivos (com garantia de reagendamento) em todos os hospitais filantrópicos do país.
Redação e coordenação: Marcelo Matusiak