No dia 04 de outubro, o Hospital Sapiranga, realizou, em conjunto com a OPO – Organização de Procura de Órgãos – da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre a captação de órgãos de paciente vítima de rompimento de aneurisma cerebral.
A equipe responsável pela coleta dos órgãos, realizou a retirada dos dois rins. Conforme informações da Enfermeira Kelen Machado da OPO, duas pessoas serão beneficiadas com estes órgãos.
O Diretor Técnico da Casa de Saúde, Dr. Eduardo Melnick explica como ocorre o processo “uma vez identificado um possível doador, começa-se um processo bastante rigoroso para o diagnóstico de morte encefálica, conhecida como morte cerebral. Nesse momento, a família do paciente é comunicada sobre o possível diagnóstico de morte. Esse processo é bastante delicado e exige a ação de profissionais extremamente capacitados”.
Eduardo ainda ressalta que o grande obstáculo para os transplantes é a carência de doadores, em razão da falta de informação, pois a quantidade ainda é pequena diante da demanda de pacientes que esperam por uma cirurgia, por isso a importância de informar a família, sobre o interesse de ser um doador de órgãos, pois a decisão será deles.
O Hospital Sapiranga no início deste ano, em fevereiro, também realizou em conjunto com a OPO da Santa Casa de Misericórdia, a captação de órgãos de outro paciente diagnosticado com rompimento de aneurisma cerebral, deste doador realizou-se a retirada dos rins, pulmões e fígado, que beneficiaram mais quatro pessoas.
SAIBA MAIS:
– As Organizações de Procura de Órgãos (OPOs) têm como atribuição principal organizar a logística da procura de doadores de órgãos e tecidos nos hospitais localizados na sua área de atuação que são definidos por critérios geográficos e populacionais sob a gerencia da Central de Transplantes, e do Sistema Nacional de Transplantes.
– A doação de órgãos ou de tecidos é um ato pelo qual manifestamos a vontade de doar uma ou mais partes do nosso corpo para ajudar no tratamento de outras pessoas.
- Como posso ser doador de órgãos?
No Brasil, o transplante só acontece com a autorização de um familiar do doador. Por isso é fundamental falar com a família sobre o desejo da doação. A doação de órgãos só acontece após autorização por escrito de familiar.
Que tipos de doador existem?
Doador vivo - Qualquer pessoa saudável pode doar um dos rins, parte do fígado, medula óssea e parte do pulmão. Pela lei, parentes até 4º grau e cônjuges podem ser doadores; não-parentes, somente com autorização judicial. Doador com morte encefálica - São pacientes em UTI com morte encefálica, geralmente vítimas de traumatismo craniano (característico de acidentes com carro, moto, quedas etc) ou derrame cerebral . A retirada dos órgãos é realizada em centro cirúrgico.
Quais órgãos e tecidos podem ser doados?
Coração, pulmão, fígado, pâncreas, rim, córnea, ossos, músculos e pele.
Como posso ter certeza do diagnóstico de morte encefálica?
O diagnóstico da morte encefálica é regulamentado pelo Conselho Federal de Medicina. Dois médicos de diferentes áreas examinam o paciente, sempre com a comprovação de exames complementares.
Após a doação o corpo fica deformado?
Não. A retirada dos órgãos é uma cirurgia como qualquer outra. O corpo é reconstituído após a intervenção cirúrgica e o doador poderá ser velado normalmente.
Quem recebe os órgãos e/ou tecidos doados?
Aquele que estiver na lista de espera gerenciada pela Central de Transplantes do Estado, e for compatível com o doador.
O que diz a Lei brasileira de transplante atualmente?
Lei que dispõe sobre a remoção de órgãos, tecidos e partes do corpo humano para fins de transplante é a Lei 9.434, de 04 de fevereiro de 1997, posteriormente alterada pela Lei nº. 10.211, de 23 de março de 2001, que substituiu a doação presumida pelo consentimento informado do desejo de doar.
(Informações e conteúdo site Secretaria Estadual da Saúde)