Doação de órgãos salva vidas e transforma um momento de dor, em esperança.
O Hospital Sapiranga realizou na última semana a primeira captação de órgãos de 2022. A instituição possui uma comissão intra-hospitalar formada por uma equipe multiprofissional, que tem a finalidade de organizar rotinas e protocolos que possibilitam o processo de doação de órgãos e tecidos para transplantes, chamada de CIHDOTT. Esta comissão é a responsável por todo o processo de identificação de um potencial doador, e pelo acolhimento das famílias diante de uma decisão difícil, mas de grande importância e esperança para muitas pessoas que aguardam por uma doação para seguirem suas vidas.
A enfermeira coordenadora da CIHDOTT do hospital, Camila Crippa, evidencia a importância do engajamento da comissão e da especialização da equipe, para o reconhecimento de um potencial doador e sobre a conduta junto as famílias. Em nome da comissão Camila agradeceu as equipes “agradecemos a todos os profissionais que de forma direta e indireta viveram esse momento, acolhendo uma família frente a dor da perda resultando no aceite diante de um momento tão difícil, e proporcionando continuidade da vida para outras pessoas”, disse.
Nesta primeira captação do ano os órgãos doados foram o fígado e rins. Segundo Dr. Eduardo Melnick, diretor técnico do hospital, a captação de órgão exige um processo bastante rigoroso para o diagnóstico de morte encefálica. Nesse momento, a equipe inicia o acolhimento da família do paciente, a qual é comunicada sobre o possível diagnóstico e sobre a possibilidade do paciente ser um potencial doador. “Esse processo é bastante delicado e exige muita ação das nossas equipes, que estão preparadas e capacitadas para esse momento”, evidencia Eduardo. O diretor ainda ressalta que o grande obstáculo para os transplantes é a carência de doadores, pois a quantidade ainda é pequena diante da demanda de pacientes que aguardam por uma nova chance. Por isso é importante informar a família, sobre o interesse de ser um doador de órgãos.
O principal ato para ser um doador de órgãos e tecidos é a declaração deste desejo para a família. No Brasil, não é necessário deixar nada por escrito, basta avisar sua família, dizendo: “Quero ser doador de órgãos”. A doação só acontece após a autorização familiar. Quando a pessoa não declara este desejo, a família pode ficar em dúvida, por isso é muito importante que toda pessoa que tem esse desejo, declare-o para seus familiares.
Para ser doador
A identificação de um potencial doador de órgãos e tecidos pode ocorrer após a constatação de morte encefálica, que é a interrupção irreversível das funções cerebrais, no qual o doador é capaz de salvar a vida de até oito pessoas, ou melhorar a qualidade de vida de mais de 20. Ou pode ocorrer mesmo em vida através da doação de alguns órgãos como o rim, parte do fígado e da medula óssea. No Brasil, existem quase 33 mil pessoas aguardando por uma doação segundo estatística da organização Pró Rim.
Redação e coordenação: Marcelo Matusiak